Leia o testemunho de Eyshila sobre a
emocionante história de libertação das drogas do seu marido, hoje
pastor, Odilon Santos.
“Aos 17 anos conheci meu marido. Ele era filho do então pastor
presidente da igreja, José Santos, e vinha de uma família muito querida. Depois
de um tempo, decidimos começar um namoro.
Para mim era um sonho se concretizando,
mal sabia o que me aguardava. Com o passar do tempo fui percebendo algumas
atitudes diferentes. Ele faltava a alguns compromissos, chegava atrasado, e às
vezes percebia um cheiro diferente na sua roupa, como de cigarro. Foi então
que, após um ano de relacionamento, descobri que ele era viciado em drogas.
Como não sabia muito sobre esse
assunto, jamais imaginei que ele fosse usuário. Ele vinha de uma família muito
respeitada e acreditava que drogados fossem ladrões das quais a gente precisava
se afastar. Entrei em crise!
Sua irmã veio até mim me contar todo
seu caso. Disse que quando ele desaparecia era por que estava no ‘morro’ (local
onde são vendidas as drogas) e, às vezes, ficava por lá, durante três dias.
Contou que ele era viciado em cocaína e como eu era muito nova, deveria pensar
se realmente valia a pena namorá-lo.
Mesmo com a minha decepção achei que
poderia ajudá-lo a ‘sair’ dessa. Não contei nada a ninguém e fui suportando a
situação, mas com o passar do tempo as pessoas foram percebendo.
Depois ele se internou em uma clínica,
nessa altura da história meus pais já haviam ficado sabendo do caso dele. Ao
sair do centro de recuperação, teve uma melhora sensível e decidimos noivar.
Meus pais apoiaram porque ele era uma pessoa muito boa. No entanto, passados
algum tempo teve uma recaída (retorno ao uso de drogas). Não suportei e acabei
terminando o noivado.
‘Longe’ de Deus
Fernanda Brum e Eyshila são amigas até hoje
Ficamos dois anos separados, e foi um
tempo em que eu me afastei da presença de Deus e me rebelei. Fui conhecer o
‘mundo’ mesmo cantando no grupo Altos Louvores. Passei a ter uma vida dupla.
Era como se a minha revolta estivesse superado o meu temor a Deus. Cantava na
igreja e depois dançava na boate (é triste porquehoje isso acontece muito na
Igreja).
Um dia estava ministrando em Curitiba e
Fernanda Brum bateu na porta do quarto durante uma apresentação e disse:
‘Gente, vocês devem me achar uma mulher louca, mas Deus me pediu para bater
aqui e pedir para ser amiga de vocês’. Quando ela fez isso fiquei com ‘cara de
paisagem’, juntamente com minha irmã Liz Lanne, mas eu conhecia a Fernanda de
longe e sabia que ela era uma mulher de Deus.
Uma vez a ouvi dizer assim: ‘Eu amo
muito o Espírito Santo e tenho muito medo de decepcioná-lo, porque só eu sei de
onde Ele me tirou’. Ao ouvi-la, pensei comigo mesma: ‘Quem é o Espírito Santo
afinal de contas?’, ‘Onde estava ele quando eu passei por tudo aquilo?’, ‘Por
que ela tem toda essa intimidade com Deus e eu com tantos anos de crente não
tenho?’.
Então, Deus nos uniu em uma amizade
muita bonita e nunca mais nos separamos. Passamos a fazer reuniões de oração e
comecei a me envolver mesmo com Deus. Foi quando realmente me posicionei em fé.
Orávamos no ‘quarto rosa’ da Fernanda. Lá era realmente tudo rosa, as cortinas,
a cama, as paredes (lembra sorrindo). Clamávamos a Deus pela vida dos nossos
futuros maridos. Éramos solteiras, mas toda jovem sempre sonha em se casar e
ora por esses motivos.
Reencontro
Eyshila e Odilon casaram em outubro de 1995
Já havia passado dois anos desde que
tinha me separado do Odilon, quando numa tarde ele passou de carro em frente a
minha casa e entrou para me cumprimentar. Quando o vi entrando pela porta, com
o coração acelerado, percebi que não o havia esquecido. Depois ele me ligou
convidando para jantar.
Ele me disse que estava à procura de
uma esposa e decidimos orar para saber a direção de Deus. Enquanto orava pelo
nosso relacionamento, Deus me orientou a pedir perdão a uma mulher que havia
profetizado na minha vida e na época não havia crido. Fui a casa dela durante a
reunião de oração e pedi desculpas.
Quando estava saindo, ela me disse que
tinha um recado de Deus para mim: ‘Você não precisa temer em relação ao homem
que você está orando. Fique confiante, porque Deus tem grandes planos para vida
de vocês’. Gelei da cabeça aos pés, porque não havia contado nada a ninguém.
Odilon e eu estávamos orando secretamente.
Esperei que Deus confirmasse também no
coração dele sem contá-lo da profecia. Quando ele recebeu a resposta de Deus,
resolvemos nos casar. Faltavam dois meses para unirmos as alianças, quando ele
teve novamente outra recaída. A pior de todas. Não contei nada para ninguém e
me casei acreditando na promessa que Deus estaria conosco.
No dia 9 de dezembro de 1995, nos
casamos. Desta data até completar um ano de casada, chorei todas as noites.
Logo quando nos casamos ele disse: ‘Já tentei sair das drogas, tentei, e não
vou conseguir sair nunca. Então você decide: ficar casada com um viciado ou se
separar. Não vou largar as drogas. Eu gosto e me sinto bem. Tanta gente no meio
artístico consegue continuar vivendo assim, então, vamos conseguir’.
Ouvir isso foi a pior afronta que já
recebi na minha vida! Era como se o diabo estivesse falando comigo. Então,
percebi que a minha luta não era contra o meu marido, mas contra o diabo.
Precisava usar armas mais poderosas do que brigar e argumentar, precisava fazer
uso da oração.
Em lua de mel; a cantora casou crendo na presença de Deus em suas vidas
Também tomei a decisão de ser a mulher
mais amorosa do mundo. Pensei comigo mesma: ‘Vou ser disponível, vou fechar
todas as brechas, vou orar e jejuar’. Então deixei de ouvir música secular e
assistir novelas. Quebrei todos os meus CDs não cristãos. Deus colocou no meu
coração que eu precisava encher a minha casa de adoração.
Passei a limpar a casa orando e
consagrando tudo a Deus. Peguei inúmeras vezes trouxas de drogas e jogava no
vaso sanitário. Com o passar do tempo deixei de jogar fora e pedi a ele que
usasse dentro de casa. Achava mais seguro, ele usar em casa do que ser pego na
rua. Então, enquanto ele usava drogas, eu ficava no quarto orando e
intercedendo pela vida dele.
Às vezes, acordava de madrugada e Deus
pedia para eu orar por ele ou buscá-lo na rua. Eram livramentos de morte que o
Senhor estava dando ao meu marido. Decidi que não compartilharia nada do que
estava vivendo com ninguém, porque o Senhor havia dito ao meu coração que eu
perdoaria meu marido quando ele fosse liberto, mas as pessoas de fora
continuariam com raiva. Não queria expô-lo, por isso me calei.
As pessoas percebiam que algo estava
errado, mas não comentavam nada sobre o assunto.
A Fernanda Brum sempre me enviava
cartas de consolo, sem saber o que acontecia de fato. Com todas essas coisas
que estava vivendo passei a me dedicar na obra. Servia incansavelmente nos
ministérios. Queria encontrar forças na casa de Deus para vencer as lutas que
estava vivendo. Sentia-me cuidada e amada na igreja. Percebia que Deus estava
me preparando para o meu ministério.
No meio disso tudo, recebi o convite de
gravar meu primeiro CD pela MK Music. Uma das músicas que estaria no novo CD
seria a canção ‘Tira-me do vale’. Então, fui ao banheiro da gravadora e disse a
Deus: ‘Como eu vou cantar essa música se ela ainda não é verdade na minha vida?
Como vou cantar essa canção se eu tenho vivido no vale desde o início do meu
casamento? Dá-me um sinal de que há esperança. Eu não aguento mais!’.
Depois de ter cantado a música, senti
que Deus faria algo. Cheguei em casa de madrugada e ele novamente não estava
(geralmente estava no morro neste horário). Mesmo não o vendo no nosso lar,
senti uma confiança no coração. Deus havia me consolado de uma forma especial
durante a minha oração. O Espírito Santo me tocou para orar pela vida dele.
Fiquei em oração por ele. Quando deu
três horas da manhã, ouvi o barulho do carro chegando no estacionamento. Ele
havia chegado totalmente atordoado. Havia tido um problema no ‘morro’ e estava
decidido a morrer. Então, ele entrou no quarto e ajoelhou ao lado da minha cama
e disse: ‘Eyshila, é para você orar pedindo a Deus para me levar ou me
libertar, porque do jeito que estou eu não aguento mais’.
Canção ‘Tira-me do vale’ foi profética
Fiz essa oração de entrega. Foi
horrível porque eu não queria que Deus o levasse, mas fiz como ele havia
pedido. Depois desse incidente, ele foi para um retiro espiritual e eu fiz uma
viagem para Macapá. O local onde meu marido estava não tinha telefone, então
não tinha como me comunicar com ele, sendo assim, ficamos quatro dias sem nos
falar.
Fiquei todo esse tempo em oração.
Fiquei receosa se no momento em que chegasse o encontraria morto, porque ele
poderia fugir do sítio e voltar para o morro.
Em uma das noites do congresso em
Macapá, uma mulher se levantou colocou as mãos na minha cabeça e disse: ‘Por
que se preocupa com quem você deixou em casa? Quando você voltar terá uma
grande surpresa e Deus os usará muito!’. Naquele momento percebi que realmente
era Deus que estava no controle e que não podia fazer nada.
Quando voltei para casa, vi que o
Odilon não estava em casa. Meu coração estava acelerado, porque mesmo tendo uma
palavra de Deus, tinha receios dele estar no morro. Fui até a casa de sua mãe,
e vi que estavam todos reunidos. Havia muita alegria e presença de Deus na casa.
Olhei para o Odilon e vi que ele era uma outra pessoa. Havia sido renovado no
Espírito Santo e liberto de tudo.
Família
Eyshila ao lado do marido e dos dois filhos na entrega do 1º Disco de
Ouro pela Central Gospel Music
Desde aquele dia, ele nunca mais usou
drogas, já faz 16 anos. Em seguida foi consagrado a diácono e depois a pastor.
Nossa vida foi transformada e tivemos dois filhos. Hoje, ele dirige uma filial
da nossa igreja e o ajudo com o trabalho ministerial.
Gravei recentemente a música ‘Profetiza’,
do CD ‘Jesus, o Brasil te adora’ (o primeiro álbum pela gravadora Central
Gospel Music) como homenagem aos pais do Odilon, que sofreram tudo isso durante
o período em que ele usava drogas. Faz referência também a todas as famílias
que têm sofrido esse dilema diariamente”.
Novo tempo
Em maio de 2012, Eyshila passou a fazer parte do
cast da gravadora Central Gospel Music. Na ocasião, o pastor Silas
Malafaia ressaltou que esse momento define uma nova jornada
para a vida e o ministério da cantora, assim como para a Central Gospel Music.
“Espero que aqui seja um instrumento de bênção
maior para a vida dela e para nós. Meu desejo é que ela venda como nunca vendeu
antes”, profetizou pastor Silas, feliz em meio ao ambiente familiar, já que a
cantora é esposa do Odilon, pastor na Assembleia de Deus Vitória em Cristo e
irmão da pastora Elizete Malafaia.
O CD e o playback
‘Jesus, o Brasil te adora’, o primeiro de Eyshila pela Central Gospel Music,
está disponível no iTunes, Rdio e Sonora. Outra possibilidade é adquirir o
álbum no site da Central Gospel ou
pelo televendas (21) 2187-7000.
Fonte: Lagoinha e
Verdade Gospel.